domingo, 5 de setembro de 2010

diálogos (im)prováveis X


Olá! Sou eu, conheci-te num bar, olhavas para o cu de uma gaja, lembras-te?

Conheceste-me num bar?.. Não estou a ver, não conheço pessoas em bares.

Grrr… Pareces daqueles filmes portugueses antigos. Do Vasco Santana e afins. Ó inclemência! Ó martírio! Estará acaso periclitante a vinda de vossa senhoria a esta humilde casa?.. O resto não me lembro. Cromo!

Chama-me nomes, chama-me tesão, sei muito bem quem és e onde nos conhecemos, estou-te cá com uma sanha que nem imaginas, galdéria...

Agora pareces um labrego. Gosto disso. Sanha. Já ontem disseste algo semelhante, de que também gostei. Muito. Tesão? Não sei o que seja. Não aprecio sexo. Nem mesmo de luz apagada. E sim, fodo-te todo. E chupo. E penetro. E entro. E enfio-me. E espeto-me. E abro-me. E rebento-te.

É?.. Não me parece, não vejo qualquer indício de verdade ou sequer de indulgência nas tuas palavras mas… Veremos. Veremos se eu estou com disposição...

Ora, lá estás tu a confundir licença poética com realidade… Estava apenas a pensar numa festa, de aniversário, fim de ano, com chapeuzinhos e serpentinas; sabes, é que estou com uma tesão imensa, deve ser do calor e o trabalho rebentou, chegou a minha vez, só me apetece sair daqui e foder-te, deixar-te seco, impotente.

Deveras?

Deveras: visualizo-te, de joelhos, à minha frente. A lamber-me a rata. Depois, quanto te arrasto pelo caralho e te amarro à cama, constato a tua anuência, incondicional, patente nessa carinha laroca e traquinas nesse pincel grosso empirista…

Ui, com essa do «empirista» é que me quilhaste, bem esgalhado, mal posso esperar… Compro eu o vinho?...


imagem: Virgo, (c) Allthesky.com
Texto por António Gil

3 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Eu se ouvisse duas pessoas a terem este diálogo chamava o INEM...

Alien David Sousa disse...

LOL

Muito bom. Adorei. E também me fartei de rir com o comentário do Rafeiro Perfumado.

carpe vitam! disse...

o INEM? ainda te prendiam por falso alarme...