terça-feira, 29 de outubro de 2013

grokking* the pole

Texto inspirado no livro Conscientização escrito e oferecido pelo Ulisses

"Por una cabeza" de Carlos Gardel intrepretado por Brest Chamber Orchestra

Andreia estava a treinar no varão ao som do tango e mostrava a Céu um movimento inventado a partir de algo que tinha visto num vídeo. Céu aplaudiu e mostrou-lhe no outro varão como poderia utilizar a gramática da dança, fazendo a ligação com outros movimentos. Andreia incorporou ambos e continuou a construir frases de movimento ao som do tango, despiu o top e parou abruptamente, em jeito de pergunta. Céu sorriu, percebeu a conversa que ela queria ter e respondeu à provocação com a mesma linguagem. Tomou-lhe o varão e construiu metáforas ondulando-se ao ritmo da música, deixando cair a camisola e revelando a exclamação do seu peito, à desgarrada. Andreia riu, gostou da resposta dela, mas está de calças justas de algodão e não consegue descortinar uma forma elegante de as despir ao mesmo tempo que desafia a gravidade, pelo que as despe encostada ao varão, fazendo-as deslizar devagar pelas pernas sem as fletir, encaixando o varão entre as nádegas e descendo-o de seguida pelo meio das costas. Céu pega numa das rosas vermelhas da jarra e coloca-a na boca. Espera que Andreia termine a descida e aproveita uma perna fletida e um ombro para trepar por ela acima. Seguindo o ritmo da música, mostra-lhe como despir os calções com uma mão, enquanto a outra segura o varão nas alturas e fica lá em cima, de cabeça para baixo. Andreia olha para cima boquiaberta, mas não dá o braço a torcer, faz-se ao varão com um pino, segura-se pelas pernas, ergue o tronco até encontrar-lhe a boca de pernas para o ar e beija-a devagar, roubando-lhe a flor. Percorre-lhe com a rosa o rosto e o peito, segue até ao umbigo, até o corpo lhe suplicar para que o livre da tanga. Termina assim o tango e a tanga. Estão ambas nuas, entrelaçadas uma na outra, com a verticalidade inabalável do varão pelo meio. Os movimentos sucederam-se espontâneos e fluidos, ora muito lentos, ora muito rápidos, com todas as cambiantes de velocidade que o tango exige. Não são precisas palavras, apenas gestos. Sabiam ambas onde iriam chegar, faltando apenas saber como. 
As pulsações estão aceleradas, elas fazem aquilo tudo e até parece que não custa nada, mas é um esforço físico tremendo, horas e horas de treino, muita dor para chegar ao topo. Não será apenas por isso que pulsam tão rápido, nunca estiveram assim, tão nuas, tão próximas uma da outra. O suor escorre-lhes pelos corpos torneados e fá-los brilhar, realçando as formas e os músculos que se movimentam ao ritmo acelerado da respiração. Tocam-se em mútua exploração. Humedecem e aquecem o varão apertado entre as coxas e começam a escorregar devagar, abraçadas num beijo quente, ou melhor, são muitos pequenos beijos que parecem um, com as línguas dançantes lá pelo meio, entrando e saindo da boca, explorando lábios, ombros, pescoços, orelhas, mamilos e arredores. Luxúria pura. Céu posiciona-se de cabeça para baixo e procura o sexo de Andreia, enquanto esta faz o mesmo. repetem o que fizeram na boca, só que estas bocas são maiores, permitem uma exploração mais ampla, nariz e queixo também participam, até ficarem húmidos e brilhantes, lambuzados, a escorrer de prazer. Os sexos latejam, os membros tremem até à vertigem do limite das forças. Andreia solta Céu e escorregam ambas pelo varão lubrificado até ao chão. 

Esfregam-se, penetram-se, amam-se, entregam-se à inevitabilidade do clímax e assim continuam até a inquietação ficar quieta. É a consequência lógica dos acontecimentos, agora já sabem o como e não têm dúvidas quanto ao porquê.



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