sexta-feira, 29 de novembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 48

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Era Festa da Espuma. Ficámos bastante reticentes antes de decidirmos ir porque as nossas experiências anteriores em festas deste género não tinham sido das melhores. Ambos os acontecimentos remontam às nossas adolescências. O Yang chegou de boxers ao parque de campismo, de madrugada, cheio de frio e a Yin fartou-se de respirar e engolir espuma, para além dos documentos todos molhados. Mas depois de ouvir os relatos da festa anterior, percebemos que muita coisa era diferente e resolvemos arriscar. Ainda bem que o fizemos. 
 Os Sem Preconceitos foram ter lá a casa e rumámos com eles ao local. Já passava da meia-noite, os Embaixadores já lá estavam mas ainda não tinha chegado o bolo. A Yin estava a morrer de curiosidade para saber como tinha ficado mas ainda teve de aguentar algum tempo. Fomos com os SP para um quarto tirar fotos. Eles tinham trazido trajes árabes. Depois perguntaram se nós não queríamos que nos tirassem fotos e a Yin lá se predispôs, depois de alguma hesitação. Estava como um vestidinho-preto-eu-nunca-me-comprometo, sem cuecas, mas foi ao carro buscá-las. Tinha levado bikini a conselho da Musa, mas a SP começou a mandar vir e o Yang também, onde já se viu, numa festa swinger, andar de bikini! Perante a indignação de ambos e para ser solidária com a SP, lá ficou em lingerie, apesar de achar que cada qual tem o direito a vestir-se como bem entende. 
 Fomos experimentar a espuma, o canhão estava a bombar e para ficarmos batizados, levámos logo com a espuma nos olhos. A partir daí aprendemos a não nos virarmos de frente para aquilo quando está a espumar. De resto, foi divertido e bastante agradável. Finalmente o bolo chegou e a Yin tratou de o receber e fotografar. Depois de algumas questões logísticas, lá conseguiram acertar as coisas. Normalmente quando há aniversários, os parabéns são cantados na pista e distribuído o bolo e o champanhe. Mas bolo e espuma não combinam, e nós até preferíamos convidar apenas algum pessoal para ir ao lounge provar o bolo. Mas não foi bem isso que aconteceu. Os Embaixadores disseram para não nos preocuparmos, que tratariam de tudo e quando menos esperávamos, o Dono do Pedaço I anunciou que iriam ser cantados os parabéns lá em cima. A Yin entrou em pânico, achou que o bolo não chegaria para toda a gente. Depois de acendidas todas as velinhas, nem esperou que acabassem de cantar e soprou-as todas de um só fôlego. Ela nem se lembra quando tinha sido a última vez que lhe cantaram os parabéns ou qual foi o seu último bolo de aniversário, dispensa esse tipo de atenções. Começou a cortar microfatias de bolo de 3x3 cm, tentando fazer a coisa render. A Musa tratou da distribuição e o Guardião do champanhe. A Yin estava tão empenhada na tarefa que o suor escorria-lhe pelo corpo, conseguiu dividir colocar as mamas em fatias diferentes e dividir o seu sexo em 4, guardando uma das partes para ela própria comer. Ainda andou a distribuir as últimas fatias pelo staff e pelos Donos do Pedaço II, que lhe deram os parabéns e beijinhos. Houve uns quantos casais que não conhecia que a abordaram e lhe desejaram felicidades. Fez um brinde esfrega-esfrega copos com a Devassa e a moça de outro casal que os acompanhava que rezava assim: "na boquinha, na bundinha e muita sacanagem!" A Devassa deu-lhe um xoxo que ela apreciou bastante. Elas são da mesma idade mas a Yin acha que ela tem uma certa atitude maternal que lhe inspira confiança, além de ser bastante sensual. 

 Tudo isto fez com que a Yin se sentisse em casa, lembrando o Cheers: "where everybody knows your name / and they're always glad you came"
 Aquilo está a tornar-se numa comunidade muito semelhante a uma fraternidade. E sim, isto é mesmo uma história sobre swing


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sábado, 23 de novembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 47

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Os Doces voltaram a convidar-nos para conhecer o outro clube, e os Carpe Diem também, mas nós queremos manter a nossa política de borga uma vez por mês e já tínhamos pensado festejar o aniversário da Yin no outro antro na semana seguinte, pelo que declinámos. A curiosidade de conhecer o outro espaço depois de todas as boas referências que temos aumenta, mas teria de ficar para outra altura.
E começámos a planear a nossa ida, convidando pessoal para se juntar a nós.
A Musa tinha dito ao Yang para avisarmos se fôssemos, que ela e o Guardião ofereceriam o bolo e tratariam de tudo. A Yin não queria que eles gastassem dinheiro, mas por outro lado não tinha lata para encomendar um bolo com uma foto ousada da sua pessoa, por isso aceitou a ajuda. Escolheu 5 fotos, mas não se conseguia decidir por nenhuma, o que lhe valeu foi que tanto o Yang como os Embaixadores preferiam a mesma. Desenhou também um convite com outra foto da mesma sessão, ligeiramente menos ousada mas suficientemente reveladora para causar alguma provocação. Dos 8 casais convidados, apenas 3 acabaram por confirmar a presença, incluindo os Embaixadores e os Devassos que já planeavam ir de qualquer das formas. Convidámos os Envergonhados, que mais uma vez fugiram com o rabo à seringa, os Doces, que trabalhavam até tarde e estavam cansados. Os Carpe Diem, que ficaram com os filhos, os Curiosos, cujo rebento adoeceu e um casal muito especial que não costuma parar por estas andanças mas que foi quem nos abriu as portas e deu o primeiro contato do meio. Nem sabemos por que é que nunca nos lembramos de os convidar, seria muito interessante tê-los por lá. Fica a nota para o fazermos para a próxima. Poucos mas bons, assim começaria a noite.

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terça-feira, 19 de novembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 46

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Depois de bastantes convites e muitos desencontros, lá conseguimos acertar uma almoçarada com os Curiosos, desta vez trouxeram o rebento. Mais uma vez encontrámo-nos no supermercado e fizemos as compras para uma tarde de sushi. Tarde porque começámos a almoçar à hora do lanche. A criança foi cirandando e petiscando e nós tratámos também de umas belas entradas mediterrânicas enquanto o chef preparava a iguaria japonesa. Não tínhamos pauzinhos (grande vacilo!), mas não foi por isso que não degustámos as peças de peixe cru. A Yin ficou com vontade de experimentar e acabou por se safar no outro dia menos mal com os ingredientes que sobraram. Para sobremesa fizemos uma mousse de chocolate branco. O F não gosta muito, mas mudou de ideias quando a provou com gin. Apreciámos bastante a vinda deles, curioso como a coisa aconteceu um bocado ao contrário, fodemos mal nos conhecemos, quase um ano depois almoçamos familiarmente, com a criança. Mas foi muito bom saber das novidades, depois de terem passado por maus bocados, conseguiram ultrapassar a tempestade. Ele pareceu-nos muito mais focado e calmo e ela, lindíssima, meiga e generosa, como sempre. A criança andava feliz da vida, correu a casa toda, o parque infantil, espalhou-se e magoou-se, fez um berreiro mas quando ia embora perguntámos se queria ficar connosco e disse que sim!



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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Diálogos (im)prováveis XXXIV

- Faz-me um broche.
- Não consegues ser um bocadinho mais romântico?
- Faz-me um broche à luz das velas.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 45

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Na continuação das nossas férias, fomos descansar para paragens mais a Sul, e uns dias antes de virmos embora, estávamos descansadinhos na praia quando o Yang comenta com a Yin "Aqueles não são os Carpe Diem?" (não confundir com carpe vitam!, personagem deste blog). Já tínhamos falado deles aqui, achámos curioso o nick e metemo-nos com eles num site, depois encontrámo-nos na inauguração de um clube e na passagem de ano. Ela olha discretamente, sem ter certeza. Era uma praia naturista, e sem roupa era mais difícil de os reconhecer. Quando fomos ao banho, eles vieram logo de seguida e quando a Yin ouviu a Carpe falar, teve a sua certeza e abordou-a. Eles realmente já nos tinham dito que costumavam ir para ali, mas foi uma coincidência engraçada. Só estariam ali naquele dia, pois tinham de regressar a casa, pelo que tratámos de aproveitar a sua companhia. Para o Yang, foi tirar a barriga de misérias de conversa, porque a Yin na praia não é muito de conversar, prefere dormir, ler, nadar ou jogar raquetas. Também gosta de caminhar, mas a praia era demasiado pequena para tal, só o conseguindo fazer nas arribas. E que belas arribas têm aquelas praias! Gostamos muito daquela prainha, tem um ambiente familiar muito heterogéneo, encontramos desde a avó ao neto, passando pelos casalinhos gay. Inclusivamente adolescentes sem pudores, que é uma coisa rara de se ver em praias naturistas. Maminhas firmes, pilinhas por estrear (ou não) são sempre um regalo para a vista e ver não é crime.

A Carpe perguntou à Yin se ela gosta de ler. Isso normalmente costuma ser o início de uma boa conversa. Falaram do que leram, do que estavam a ler, do que viria a seguir e a conversa foi fluindo. A Carpe revelou-se muito boa observadora e comentava que um jovem que por ali estava era single. Fez-nos reparar o estado em que o sexo dele ficou ao ver um casal de namorados pôr creme um no outro. A Yin comentou também sobre outro homem sozinho que costumava jogar raquetas por ali. Demorou-se a descrever pormenorizadamente a forma como o suor lhe escorria no corpo moreno, e como o lhe fazia refletir os abdominais transpirados bem definidos. Aquele homem andou a povoar-lhe os sonhos durante uns tempos. Foram novamente ao banho, apesar da conversa ser agradável, a água estava muito tentadora. É muito bom nadar sem roupa, extremamente libertador. A Yin foi jogar raquetas com o Yang. Ela é muito mais entusiasta da coisa que ele, não quer dizer que jogue grande coisa, mas pelo menos esforça-se e diverte-se. O Yang perguntou ao Diem se queria jogar com ela e ele não se fez rogado. Ele também é dos que se esforçam. É bastante ágil e consegue rodopiar no ar, denotando a sua formação. As raquetas são apenas uma desculpa para transpirar e ir ao banho. Raquetar na praia, sem roupa, transpirar e mergulhar é daqueles rituais que cumprimos sempre que possível.
Ficámos na praia até ao pôr do sol, a trocar cromos. Antes de seguir viagem ainda jantaram connosco numa pizzaria bastante agradável, com uma sangria de champanhe e morangos memorável. Dividimos a conta e a Yin ficou com a fatura. Mais tarde, quando olhou para ela, reparou que não era a nossa conta, mas outra bem mais... em conta, mas nenhum de nós deu por isso na altura.

De regresso a casa, depois de uma viagem que nos encheu de sol, voltaríamos a estar com eles numa outra praia onde o nudismo é legal. O ambiente é diferente da outra, muito mais casalinhos gay com trabalho de ginásio, muito menos famílias. Já lá tínhamos estado o ano passado com os Curiosos F e M a assistir ao pôr do sol no barzinho boa onda e fizemos o mesmo com os Carpe Diem.
Ficámos com uma imagem melhor deles, vimos as pessoas para além dos swingers. Eles têm uma atitude diferente da nossa, que poderá ser intimidante à partida, mas que depois de se aprofundar um pouco apercebemo-nos que é apenas uma estratégia. Apreciámos a frontalidade, descobrimos uma série de coisas em comum e começámos a planear uma jantarada lá em casa.


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sexta-feira, 8 de novembro de 2013