sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 52



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Nova festa "Eyes wide shut" anunciada no nosso antro favorito. estas festas são recorrentes nestes sítios e bastantes apreciadas. Nós até gostámos bastante da primeira e já tínhamos indumentária, mas só decidimos rumar até lá um par de horas antes, pelo que não levámos mais ninguém connosco.
Desta vez o tempo estava bem melhor, apesar de o outono já se fazer anunciar, a noite estava muito agradável e a temperatura ambiente era claramente superior à do ano passado.
Quando chegámos, fomos avisados pelo Dono do Pedaço que iria haver filmagens de um ritual, recriação de uma cena do filme que deu o nome à festa, para promoção do espaço no ecrã do lounge. Entretanto também nos apercebemos de que os Embaixadores se tinham tornado Donos do Pedaço. Nada que nos surpreendesse muito, uma vez que estão sempre lá. Chegada a hora da encenação, dirigimo-nos ao local com as nossas máscaras. Todo o ritual foi recriado ao pormenor, desde a música aos acessórios e conseguia-se respirar o ambiente enigmático do filme. Apesar das máscaras, conhecemos quase todas as mulheres do círculo e o Mestre de Cerimónias no centro. Foi ele que trouxe o bolo pelo aniversário da Yin.  A Musa era uma das mulheres de capa e mamas desnudas. Havia mamas para todos os gostos no círculo. O homem do centro virava-se para uma das mulheres e ela beijava a que estava a seu lado na boca até se beijarem todas. Depois batia com o seu bastão no chão em frente de uma das mulheres e uma a uma, saíam do círculo e iam encontrar o seu par, tal como no filme.
Para além de todo o aparato visual, todo o simbolismo, a base de toda a trama é a Confiança (ou a falta dela). Tanto no cinema, como ali.

Ao contrário do ano anterior, desta vez passámos bastante mais tempo sem máscara, principalmente a Yin, que nem chegou a tirá-la da outra vez  Muito mais à vontade e sem frio, não recorreu à écharpe, mostrando toda a sua lingerie transparente. Ao contrário do ano passado, conhecemos quase toda a gente, mesmo com máscara. Houve um casal que se meteu connosco de máscara, a pedir desculpa porque não sabia se nos conhecíamos ou não. A máscara da mulher era muito pouco reveladora, e mesmo depois de a tirar, não chegámos a nenhuma conclusão. O Yang achou que usaram aquela desculpa apenas para meter conversa, mas a Yin não estava para grandes conversas. O Porteiro também se meteu com a Yin, aliás, já tinha dito dito ao Yang que de vez em quando comia por fora, com a devida autorização dos maridos, mas não necessariamente o conhecimento da sua esposa, que não consta que faça parte "do meio". Temos evitado ao máximo estes esquemas e não seria agora que iríamos ceder.

Bebemos, dançámos, fodemos (um com o outro, usando o mesmo sofá do aniversário da Yin, mas desta vez com muito mais eficácia) e comemos (a bela da tosta mista com batatas fritas). Após um belo duche, missão cumprida, rumámos a casa sem sobressaltos.

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sábado, 21 de dezembro de 2013

Inverno...

 
foto: JCA

swingin' (in the rain) parte 51

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Quando menos esperávamos, eis que o casalinho Alto & Baixa que conhecemos no clube no final do ano passado liga a dizer que está perto de nós e combinamos um jantar lá em casa. De referir que ela estava bastante grávida. A Yin ficou chateada e revoltada quando soube que ela tinha engravidado, apeteceu-lhe gritar com eles e bater-lhes, por não tomarem cuidado, porque a rapariga tinha emigrado para terem uma vida melhor e aquela criança trocou-lhes as voltas. Se calhar foi o que pensaram também na altura, quando souberam da notícia. Ou não. Ainda por cima,o bebé não a deixava trabalhar, teve de se vir embora por passar bastante mal. Claro que um acontecimento destes muda tudo, troca todas as prioridades. Claro que a Yin nunca lhes disse o que lhe passou pela cabeça.

E foi muito bom tê-los lá em casa, bastante felizes e agora na fase final da gravidez, a criança parecia deixá-la mais tranquila, sempre muito querida, redondinha, ele com imensa paciência para a aturar, gostámos mesmo de os ver. Como estavam de férias para os nossos lados, combinámos encontrar-nos mas uma vez, mas um inusitado problema digestivo fez com que tivessem de ir para casa mais cedo e não nos voltámos a encontrar. Acreditamos que durante os próximos tempos irão ter bastante com que se entreter e swing vai ser a última coisa em que pensar. Vamos mantendo o contato e esperamos poder visitá-los um dia destes, com a criança já cá fora.

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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

fomos selados!

É pá, isto já não acontecia há algum tempo. Tem um certo sabor revivalista, é sempre simpático quando se lembram de nós, especialmente quando não estamos nada à espera:




Passem por lá, que apesar de não ser das coisas graficamente mais apelativas que já vi, especialmente o gosto pelo verde fluorescente (questões clubísticas à parte) o gajo até escreve umas coisas, e tal...

Irá para o lugar dos mimos. Gratos pela lembrança, Sr. Leão!

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 50

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Não tínhamos preservativos e não havia toalhitas, pelo que tivemos de procurar a casa de banho mais próxima de cuecas na mão, a Yin muito apertadinha para não escorrer, entre o desconforto e a risada, ainda por cima a casa de banho estava ocupada, mas depois de batermos à porta, lá saíram.
Estávamos pegajosos e um duche era a coisa mais lógica a fazer, a banheira já tinha sido utilizada sabe-se lá por quem, mas desta vez não nos deixámos intimidar, porque tínhamos chinelos e para lá fomos sem os tirar. Mais lavadinhos, frescos e revigorados, ficámos a aguardar que os SP fizessem os mesmo. Aquele duche pareceu-nos uma coisa muito inteligente a fazer antes de ir embora, e ficámos com vontade de o repetir sempre que lá formos, com ou sem espuma, com ou sem foda(s).

Começámos com as despedidas, o Yang foi ter com os Devassos que estavam num quarto de porta aberta com outro casal que nós já tínhamos conhecido na passagem de ano e achado imensa piada à estratégia deles de despacharem o sexo cedo, nem que fosse só entre eles, porque no final da noite já estariam muito cansados. Já seguimos a estratégia deles. A Yin também queria despedir-se, mas não queria atrapalhar. O Yang insistiu, disse que não iria atrapalhar nada, e ela lá foi e gostou muito do que viu. Encontrou-os todos enrolados uns nos outros, num emaranhado sensual de corpos muito sugestivo. Pareciam bastante felizes naquela paz pós-orgásmica que é sempre boa de se ter.
Quando a Yin foi despedir-se da Dona do Pedaço I, desviou-se do xoxo dela. Não fez de propósito, assim como não o faz quando cumprimenta a Musa, simplesmente esquece-se. As convenções sociais nem sempre são fáceis de gerir....
Rumámos a casa e ainda fizemos umas tostas e bebemos chazinho com os SP antes de ver o dia nascer. Teríamos de nos levantar dali a poucas horas para compromissos familiares.


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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

a rapariga que nunca sorria

Faço todos os dias o mesmo caminho para o trabalho, faça chuva ou sol. Não é que eu goste deste tipo de rotinas, se houvesse outro caminho igualmente rápido, eu ia alternando.
Há uns tempos, reparei em algo prestes a tornar a minha pequena rotina mais agradável: passe a cruzar-me com uma rapariga, eu de carro, ela a pé. É uma rapariga normalíssima, nem gorda, nem magra, nem alta nem baixa. Tem um andar engraçado, desengonçado e uns olhos claros, bonitos. todos os dias passamos duas vezes pelo mesmo sítio, em sentidos opostos.
Comecei a sorrir para ela. Podem achar que isto é uma coisa tonta de se fazer, afinal de contas, quem é que olha para os condutores dos carros por quem passa a pé? Claro que ela não olhava, mas todos os dia eu tentava, e sorria. 
Nunca me passou pela cabeça apitar ou fazer qualquer coisa que lhe chamasse a atenção. Ou melhor, passou, mas não queria fazê-lo. Ela acabaria por achar que eu não bato bem. É verdade que não bato, mas ela escusava de saber assim.
Então fui sorrindo e esperando, que algum dia, ela se lembrasse e de olhar. E passados alguns meses, esse dia finalmente chegou. Ela olhou. Eu sorri. Não me devolveu o sorriso. Terá olhado mesmo? Fiquei na dúvida e continuei a sorrir, todos os dias. Mas parecia-me sempre que ela não olhava. 
Então houve um dia que parei numa fila e quando olhei, lá estava ela, do outro lado da rua. Esperei que olhasse. Esperei, esperei... e ela finalmente olhou! Presenteei-a com o meu melhor sorriso para logo de seguida desaparecer no trânsito, a fila começou a andar na altura certa.
A partir daí, quase que ia jurar que me passou a olhar, mas não sorria.
Houve outro dia que deixei o carro na oficina e fui de bicicleta. Fiz o mesmo percurso que costumo fazer de carro, que é mais longo e a subir do que costumo fazer de bicicleta, mas valeu a pena, porque quase no final do percurso onde nos podemos cruzar, ela apareceu, mesmo em frente a mim, e ali mesmo a presenteei com um generoso sorriso de orelha a orelha. Foi tudo muito rápido, não deu para saber se sorriu, mas fiquei com a certeza de que me viu.
Comecei a pensar como seria se a encontrasse a pé, noutro local. Afinal de contas não moramos nunca cidade assim tão grande, é coisa para ter alguma probabilidade de acontecer. E aconteceu mesmo, um dia fui às compras depois do trabalho, e quando me dirigia a pé para o supermercado, cruzei-me com ela. Logo tratei de esboçar o meu melhor sorriso, aquele que uso em dias de festa, para a receber. Ela olhou para mim e passou como se nada fosse. Será que não sabe sorrir?

Mas eu não desisti. Continuei a sorrir de manhã e depois de almoço, religiosamente, todos os dias em que a via. E nos outros também. É um passatempo como qualquer outro, anima a minha rotina, não faz mal a ninguém, e se quiserem achar que não bato bem, que achem.
Pensei em comunicar de outra forma que fosse inequívoca em relação às minhas intenções, não fosse a rapariga achar que era algum depravado. Sei que não sou um modelo, sou um pouco mais velho que ela, mas também acho que não tenho ar de depravado. Um sorriso sincero para troca é só o que quero, será que é assim tão difícil?
Muni-me de papel cor-de-laranja e caneta de feltro azul e desenhei um "smiley". Para que não restassem dúvidas, por cima escrevi "SORRI!" E estava determinado a mostrar-lhe o cartaz da próxima vez que a visse.
Depois de algumas tentativas frustradas, lá consegui que lesse, ou pelo menos que olhasse para o papel. Não sei se leu, porque a verdade é que não sorriu. Eu pelo menos não lhe vi nem sequer um esboço, uma intenção de sorrir. Será que a vida lhe corre assim tão mal?
De vez em quando via-a olhar para mim, parecia reconhecer-me, talvez me ache depravado, não voltei a sorrir. Em vez disso, decidi levar novamente o sorriso de papel e fazer beicinho quando a visse. Passaram semanas, meses, até que finalmente, num dia cinzento de chuva, ela viu o cartaz. Foi ali que ela ergueu um pouco a cabeça, olhou para mim e finalmente sorriu. E fez sol, arco-íris de pernas para o ar dentro de mim.

Queen, Breakthru

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 49

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Depois da árdua tarefa da multiplicação do bolo, a Yin estava cheia de calor e pareceu-lhe ser a altura ideal para um mergulho na piscina. A temperatura lá fora não estava muito convidativa, mas até o SP disse que iria ao banho se ela fosse e ela não queria perder a oportunidade. A SP desta vez deixou-se vencer pelo frio. Mergulhámos e a temperatura da água estava bastante agradável. As noites deste antro são sempre estreladas e que bem que sabe um mergulho e nadar de costas a olhar as estrelas... Mas quando nos voltámos, vimos o SP sentado na borda da piscina agarrado à cabeça. Não havia sangue na água, o que nos pareceu ser bom sinal. Ele mergulhou na parte mais baixa da piscina e bateu de cabeça no fundo. A Yin sentiu-se responsável por aquilo e prontificou-se para levá-lo ao hospital, mas ele dizia que não era preciso, que estava bem, na cabeça só se via um raspão superficial, mas estávamos com receio de alguma lesão interna. Além disso, doía-lhe o peito e o pescoço, deve ter perdido uns centímetros com aquela brincadeira. Já não houve disposição para continuar na piscina, saímos e fomos para a pista, certificando-nos de que ele não levaria com espuma na cabeça. A música não estava má de todo, dava para dançar. A Yin fez a vontade ao Yang e despiu o soutien, ficando só de tanga. E sentiu-se completamente à vontade, com direito a roça-roça no Yang e nos Embaixadores, a fazer de recheio de sandes entre os dois, de rabo virado para o Guardião e ele a dizer para ela não abanar muito, que não se responsabilizava pelos seus atos... ela só lhe disse "tudo bem, mas já sabes que eu também gosto de enfiar" e ele "isso é que não!" e a coisa ficou por ali e continuaram alegres e contentes. Os SP estavam os dois sossegados, no seu canto, ela tinha vontade de se meter com eles e foi distribuindo toques de anca sem grande resposta. Aproveitou uma música mexida e esfregou as nádegas contra as nádegas da SP e foi giro.
Pouco depois, decidimos procurar um canto mais sossegado para dar asas à libido. Fomos para um dos sofás cá em baixo. Reparámos que havia outro casal do outro lado, mas não dava para perceber quem eram. Isso também não era importante, gostámos de os ouvir a fazer o mesmo que nós, de sentir a intensidade do prazer a crescer até ao clímax. A Yin estava demorada, mesmo para os timings dela. Estava cansada e não e numa posição desconfortável, dobrada no braço do sofá. decidiu experimentar ajoelhar-se em cima do dito, fazendo com que o Yin tivesse de se pôr em bicos de pés para a foder, mas foi assim que resultou num belo orgasmo simultâneo.
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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 48

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Era Festa da Espuma. Ficámos bastante reticentes antes de decidirmos ir porque as nossas experiências anteriores em festas deste género não tinham sido das melhores. Ambos os acontecimentos remontam às nossas adolescências. O Yang chegou de boxers ao parque de campismo, de madrugada, cheio de frio e a Yin fartou-se de respirar e engolir espuma, para além dos documentos todos molhados. Mas depois de ouvir os relatos da festa anterior, percebemos que muita coisa era diferente e resolvemos arriscar. Ainda bem que o fizemos. 
 Os Sem Preconceitos foram ter lá a casa e rumámos com eles ao local. Já passava da meia-noite, os Embaixadores já lá estavam mas ainda não tinha chegado o bolo. A Yin estava a morrer de curiosidade para saber como tinha ficado mas ainda teve de aguentar algum tempo. Fomos com os SP para um quarto tirar fotos. Eles tinham trazido trajes árabes. Depois perguntaram se nós não queríamos que nos tirassem fotos e a Yin lá se predispôs, depois de alguma hesitação. Estava como um vestidinho-preto-eu-nunca-me-comprometo, sem cuecas, mas foi ao carro buscá-las. Tinha levado bikini a conselho da Musa, mas a SP começou a mandar vir e o Yang também, onde já se viu, numa festa swinger, andar de bikini! Perante a indignação de ambos e para ser solidária com a SP, lá ficou em lingerie, apesar de achar que cada qual tem o direito a vestir-se como bem entende. 
 Fomos experimentar a espuma, o canhão estava a bombar e para ficarmos batizados, levámos logo com a espuma nos olhos. A partir daí aprendemos a não nos virarmos de frente para aquilo quando está a espumar. De resto, foi divertido e bastante agradável. Finalmente o bolo chegou e a Yin tratou de o receber e fotografar. Depois de algumas questões logísticas, lá conseguiram acertar as coisas. Normalmente quando há aniversários, os parabéns são cantados na pista e distribuído o bolo e o champanhe. Mas bolo e espuma não combinam, e nós até preferíamos convidar apenas algum pessoal para ir ao lounge provar o bolo. Mas não foi bem isso que aconteceu. Os Embaixadores disseram para não nos preocuparmos, que tratariam de tudo e quando menos esperávamos, o Dono do Pedaço I anunciou que iriam ser cantados os parabéns lá em cima. A Yin entrou em pânico, achou que o bolo não chegaria para toda a gente. Depois de acendidas todas as velinhas, nem esperou que acabassem de cantar e soprou-as todas de um só fôlego. Ela nem se lembra quando tinha sido a última vez que lhe cantaram os parabéns ou qual foi o seu último bolo de aniversário, dispensa esse tipo de atenções. Começou a cortar microfatias de bolo de 3x3 cm, tentando fazer a coisa render. A Musa tratou da distribuição e o Guardião do champanhe. A Yin estava tão empenhada na tarefa que o suor escorria-lhe pelo corpo, conseguiu dividir colocar as mamas em fatias diferentes e dividir o seu sexo em 4, guardando uma das partes para ela própria comer. Ainda andou a distribuir as últimas fatias pelo staff e pelos Donos do Pedaço II, que lhe deram os parabéns e beijinhos. Houve uns quantos casais que não conhecia que a abordaram e lhe desejaram felicidades. Fez um brinde esfrega-esfrega copos com a Devassa e a moça de outro casal que os acompanhava que rezava assim: "na boquinha, na bundinha e muita sacanagem!" A Devassa deu-lhe um xoxo que ela apreciou bastante. Elas são da mesma idade mas a Yin acha que ela tem uma certa atitude maternal que lhe inspira confiança, além de ser bastante sensual. 

 Tudo isto fez com que a Yin se sentisse em casa, lembrando o Cheers: "where everybody knows your name / and they're always glad you came"
 Aquilo está a tornar-se numa comunidade muito semelhante a uma fraternidade. E sim, isto é mesmo uma história sobre swing


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sábado, 23 de novembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 47

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Os Doces voltaram a convidar-nos para conhecer o outro clube, e os Carpe Diem também, mas nós queremos manter a nossa política de borga uma vez por mês e já tínhamos pensado festejar o aniversário da Yin no outro antro na semana seguinte, pelo que declinámos. A curiosidade de conhecer o outro espaço depois de todas as boas referências que temos aumenta, mas teria de ficar para outra altura.
E começámos a planear a nossa ida, convidando pessoal para se juntar a nós.
A Musa tinha dito ao Yang para avisarmos se fôssemos, que ela e o Guardião ofereceriam o bolo e tratariam de tudo. A Yin não queria que eles gastassem dinheiro, mas por outro lado não tinha lata para encomendar um bolo com uma foto ousada da sua pessoa, por isso aceitou a ajuda. Escolheu 5 fotos, mas não se conseguia decidir por nenhuma, o que lhe valeu foi que tanto o Yang como os Embaixadores preferiam a mesma. Desenhou também um convite com outra foto da mesma sessão, ligeiramente menos ousada mas suficientemente reveladora para causar alguma provocação. Dos 8 casais convidados, apenas 3 acabaram por confirmar a presença, incluindo os Embaixadores e os Devassos que já planeavam ir de qualquer das formas. Convidámos os Envergonhados, que mais uma vez fugiram com o rabo à seringa, os Doces, que trabalhavam até tarde e estavam cansados. Os Carpe Diem, que ficaram com os filhos, os Curiosos, cujo rebento adoeceu e um casal muito especial que não costuma parar por estas andanças mas que foi quem nos abriu as portas e deu o primeiro contato do meio. Nem sabemos por que é que nunca nos lembramos de os convidar, seria muito interessante tê-los por lá. Fica a nota para o fazermos para a próxima. Poucos mas bons, assim começaria a noite.

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terça-feira, 19 de novembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 46

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Depois de bastantes convites e muitos desencontros, lá conseguimos acertar uma almoçarada com os Curiosos, desta vez trouxeram o rebento. Mais uma vez encontrámo-nos no supermercado e fizemos as compras para uma tarde de sushi. Tarde porque começámos a almoçar à hora do lanche. A criança foi cirandando e petiscando e nós tratámos também de umas belas entradas mediterrânicas enquanto o chef preparava a iguaria japonesa. Não tínhamos pauzinhos (grande vacilo!), mas não foi por isso que não degustámos as peças de peixe cru. A Yin ficou com vontade de experimentar e acabou por se safar no outro dia menos mal com os ingredientes que sobraram. Para sobremesa fizemos uma mousse de chocolate branco. O F não gosta muito, mas mudou de ideias quando a provou com gin. Apreciámos bastante a vinda deles, curioso como a coisa aconteceu um bocado ao contrário, fodemos mal nos conhecemos, quase um ano depois almoçamos familiarmente, com a criança. Mas foi muito bom saber das novidades, depois de terem passado por maus bocados, conseguiram ultrapassar a tempestade. Ele pareceu-nos muito mais focado e calmo e ela, lindíssima, meiga e generosa, como sempre. A criança andava feliz da vida, correu a casa toda, o parque infantil, espalhou-se e magoou-se, fez um berreiro mas quando ia embora perguntámos se queria ficar connosco e disse que sim!



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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Diálogos (im)prováveis XXXIV

- Faz-me um broche.
- Não consegues ser um bocadinho mais romântico?
- Faz-me um broche à luz das velas.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 45

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Na continuação das nossas férias, fomos descansar para paragens mais a Sul, e uns dias antes de virmos embora, estávamos descansadinhos na praia quando o Yang comenta com a Yin "Aqueles não são os Carpe Diem?" (não confundir com carpe vitam!, personagem deste blog). Já tínhamos falado deles aqui, achámos curioso o nick e metemo-nos com eles num site, depois encontrámo-nos na inauguração de um clube e na passagem de ano. Ela olha discretamente, sem ter certeza. Era uma praia naturista, e sem roupa era mais difícil de os reconhecer. Quando fomos ao banho, eles vieram logo de seguida e quando a Yin ouviu a Carpe falar, teve a sua certeza e abordou-a. Eles realmente já nos tinham dito que costumavam ir para ali, mas foi uma coincidência engraçada. Só estariam ali naquele dia, pois tinham de regressar a casa, pelo que tratámos de aproveitar a sua companhia. Para o Yang, foi tirar a barriga de misérias de conversa, porque a Yin na praia não é muito de conversar, prefere dormir, ler, nadar ou jogar raquetas. Também gosta de caminhar, mas a praia era demasiado pequena para tal, só o conseguindo fazer nas arribas. E que belas arribas têm aquelas praias! Gostamos muito daquela prainha, tem um ambiente familiar muito heterogéneo, encontramos desde a avó ao neto, passando pelos casalinhos gay. Inclusivamente adolescentes sem pudores, que é uma coisa rara de se ver em praias naturistas. Maminhas firmes, pilinhas por estrear (ou não) são sempre um regalo para a vista e ver não é crime.

A Carpe perguntou à Yin se ela gosta de ler. Isso normalmente costuma ser o início de uma boa conversa. Falaram do que leram, do que estavam a ler, do que viria a seguir e a conversa foi fluindo. A Carpe revelou-se muito boa observadora e comentava que um jovem que por ali estava era single. Fez-nos reparar o estado em que o sexo dele ficou ao ver um casal de namorados pôr creme um no outro. A Yin comentou também sobre outro homem sozinho que costumava jogar raquetas por ali. Demorou-se a descrever pormenorizadamente a forma como o suor lhe escorria no corpo moreno, e como o lhe fazia refletir os abdominais transpirados bem definidos. Aquele homem andou a povoar-lhe os sonhos durante uns tempos. Foram novamente ao banho, apesar da conversa ser agradável, a água estava muito tentadora. É muito bom nadar sem roupa, extremamente libertador. A Yin foi jogar raquetas com o Yang. Ela é muito mais entusiasta da coisa que ele, não quer dizer que jogue grande coisa, mas pelo menos esforça-se e diverte-se. O Yang perguntou ao Diem se queria jogar com ela e ele não se fez rogado. Ele também é dos que se esforçam. É bastante ágil e consegue rodopiar no ar, denotando a sua formação. As raquetas são apenas uma desculpa para transpirar e ir ao banho. Raquetar na praia, sem roupa, transpirar e mergulhar é daqueles rituais que cumprimos sempre que possível.
Ficámos na praia até ao pôr do sol, a trocar cromos. Antes de seguir viagem ainda jantaram connosco numa pizzaria bastante agradável, com uma sangria de champanhe e morangos memorável. Dividimos a conta e a Yin ficou com a fatura. Mais tarde, quando olhou para ela, reparou que não era a nossa conta, mas outra bem mais... em conta, mas nenhum de nós deu por isso na altura.

De regresso a casa, depois de uma viagem que nos encheu de sol, voltaríamos a estar com eles numa outra praia onde o nudismo é legal. O ambiente é diferente da outra, muito mais casalinhos gay com trabalho de ginásio, muito menos famílias. Já lá tínhamos estado o ano passado com os Curiosos F e M a assistir ao pôr do sol no barzinho boa onda e fizemos o mesmo com os Carpe Diem.
Ficámos com uma imagem melhor deles, vimos as pessoas para além dos swingers. Eles têm uma atitude diferente da nossa, que poderá ser intimidante à partida, mas que depois de se aprofundar um pouco apercebemo-nos que é apenas uma estratégia. Apreciámos a frontalidade, descobrimos uma série de coisas em comum e começámos a planear uma jantarada lá em casa.


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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

swingin' (in the rain) parte 44

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Estava um calor convidativo a uma visita à piscina e a Yin fez-se a ela, estreando-a nessa noite estrelada. Nadar de costas sem roupa a olhar as estrelas confirma-se como um grande prazer. Pouco depois, o Yang juntou-se à festa. O casalinho que nos fazia companhia não se quis atrever de início, mas lá para o segundo ou terceiro banho, conseguimos convencer a menina a vir connosco, apesar de se queixar de que a água estava muito fria. Ela tem umas maminhas pequeninas que fazem lembrar a Vénus do Botticelli. Ele não se quis juntar a nós, ficou apenas a observar. 
Dançámos um pouco na pista, mas realmente estava-se melhor cá fora. O Dono do Pedaço apanhou a Yin a jeito e assediou-a contra a parede. Apanhou-a de surpresa e atrapalhou-a um bocado, foi giro, em jeito de retaliação pelo que se tinha passado no início da noite. Pouco depois, o nosso conterrâneo vindo sabe-se lá de onde, também se meteu com ela, levantando-a do chão e deixando-a a espernear no ar. Ficou surpreendida porque ele é magrito e não pareceu fazer grande esforço para pegar nela, que não é propriamente o cúmulo da elegância. Não percebeu de onde veio aquela vontade de lhe tirar o chão, mas enfim, podia ter-lhe dado para pior. Pouco depois, quando voltámos para respirar cá fora, fomos ao banho com ele e a sua digníssima esposa, que nunca tínhamos visto ir ao banho porque vem sempre com indumentárias bastante elaboradas, desta vez não se fez rogada. Muitas mulheres não se deliciam na piscina com receio de estragar a maquilhagem, o que parece uma desculpa parva. Havia um casal à beira da piscina com muito bom ar, apesar de já serem cotas, eram bastante enxutos. A mulher estava super elegante, com um vestidinho branco e preto cai-cai e saia rodada, estilo anos 50, não quis ir tomar banho, mas o homem não se fez rogado e acompanhou-nos. Não chegámos a saber quem eram e também não perguntámos, a curiosidade da Yin não se sobrepôs à timidez.
Fomos embora pouco depois deste último banho de piscina, rumo a uma certa roulotte de bifanas super deliciosas, algures numa localidade que os nossos convidados não sabiam bem qual era, mas que supostamente sabiam o caminho. Depois de muitas voltas com muitas curvas e contra-curvas, com a Yin quase a provocar a indisposição da outra menina, lá demos com o sítio. Eram 6 da manhã e estava a fechar... o que nos valeu foi um café um pouco mais à frente, com pãozinho acabado de fazer, ainda quente, a derreter manteiga...

No dia seguinte rumámos à praia e encontrámo-nos novamente e também com os Duques, mas o tempo estava mau para banhos de sol, pelo que nos ficámos pela esplanada. Apesar do (muito) sono, ainda a recuperar da noite anterior, não deixou de ser uma tarde agradável que se prolongou numa jantarada com os Duques. Tentámos fazer o salame de chocolate branco com bolachas de cacau mas o resultado esteve bem longe do que a Yin tinha imaginado. No entanto, o sabor estava bom e não foi pelo aspeto que sobrou algum pedaço.



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terça-feira, 29 de outubro de 2013

grokking* the pole

Texto inspirado no livro Conscientização escrito e oferecido pelo Ulisses

"Por una cabeza" de Carlos Gardel intrepretado por Brest Chamber Orchestra

Andreia estava a treinar no varão ao som do tango e mostrava a Céu um movimento inventado a partir de algo que tinha visto num vídeo. Céu aplaudiu e mostrou-lhe no outro varão como poderia utilizar a gramática da dança, fazendo a ligação com outros movimentos. Andreia incorporou ambos e continuou a construir frases de movimento ao som do tango, despiu o top e parou abruptamente, em jeito de pergunta. Céu sorriu, percebeu a conversa que ela queria ter e respondeu à provocação com a mesma linguagem. Tomou-lhe o varão e construiu metáforas ondulando-se ao ritmo da música, deixando cair a camisola e revelando a exclamação do seu peito, à desgarrada. Andreia riu, gostou da resposta dela, mas está de calças justas de algodão e não consegue descortinar uma forma elegante de as despir ao mesmo tempo que desafia a gravidade, pelo que as despe encostada ao varão, fazendo-as deslizar devagar pelas pernas sem as fletir, encaixando o varão entre as nádegas e descendo-o de seguida pelo meio das costas. Céu pega numa das rosas vermelhas da jarra e coloca-a na boca. Espera que Andreia termine a descida e aproveita uma perna fletida e um ombro para trepar por ela acima. Seguindo o ritmo da música, mostra-lhe como despir os calções com uma mão, enquanto a outra segura o varão nas alturas e fica lá em cima, de cabeça para baixo. Andreia olha para cima boquiaberta, mas não dá o braço a torcer, faz-se ao varão com um pino, segura-se pelas pernas, ergue o tronco até encontrar-lhe a boca de pernas para o ar e beija-a devagar, roubando-lhe a flor. Percorre-lhe com a rosa o rosto e o peito, segue até ao umbigo, até o corpo lhe suplicar para que o livre da tanga. Termina assim o tango e a tanga. Estão ambas nuas, entrelaçadas uma na outra, com a verticalidade inabalável do varão pelo meio. Os movimentos sucederam-se espontâneos e fluidos, ora muito lentos, ora muito rápidos, com todas as cambiantes de velocidade que o tango exige. Não são precisas palavras, apenas gestos. Sabiam ambas onde iriam chegar, faltando apenas saber como. 
As pulsações estão aceleradas, elas fazem aquilo tudo e até parece que não custa nada, mas é um esforço físico tremendo, horas e horas de treino, muita dor para chegar ao topo. Não será apenas por isso que pulsam tão rápido, nunca estiveram assim, tão nuas, tão próximas uma da outra. O suor escorre-lhes pelos corpos torneados e fá-los brilhar, realçando as formas e os músculos que se movimentam ao ritmo acelerado da respiração. Tocam-se em mútua exploração. Humedecem e aquecem o varão apertado entre as coxas e começam a escorregar devagar, abraçadas num beijo quente, ou melhor, são muitos pequenos beijos que parecem um, com as línguas dançantes lá pelo meio, entrando e saindo da boca, explorando lábios, ombros, pescoços, orelhas, mamilos e arredores. Luxúria pura. Céu posiciona-se de cabeça para baixo e procura o sexo de Andreia, enquanto esta faz o mesmo. repetem o que fizeram na boca, só que estas bocas são maiores, permitem uma exploração mais ampla, nariz e queixo também participam, até ficarem húmidos e brilhantes, lambuzados, a escorrer de prazer. Os sexos latejam, os membros tremem até à vertigem do limite das forças. Andreia solta Céu e escorregam ambas pelo varão lubrificado até ao chão. 

Esfregam-se, penetram-se, amam-se, entregam-se à inevitabilidade do clímax e assim continuam até a inquietação ficar quieta. É a consequência lógica dos acontecimentos, agora já sabem o como e não têm dúvidas quanto ao porquê.



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

swingin' (in the rain) parte 43

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Os Sem Preconceitos ligaram-nos a perguntar se queríamos ir à praia com eles no primeiro Domingo das nossas férias. Nós tínhamos convidado uma amiga para jantar no sábado, mas ela acabou por se esquecer e lembrámo-nos de os convidar para vir jantar connosco. Aceitaram de imediato e convidámo-los também para ir até ao clube, convite esse que também foi aceite. E assim, sem esperarmos, passámos de uma noite sem planos para um serão bastante preenchido.
O jantar foi super agradável, o que normalmente acontece quando jantamos fora cá dentro, no quintal. Estava uma noite de Verão muito boa, a ementa foi uma saladinha de camarão e fruta com molho de alho, regada com sangria de vinho frisante rosé e champanhe e a sobremesa foi mousse de chocolate branco com fruta.


Rumámos ao clube em amena cavaqueira. Eles já conheciam o espaço, pelo que nos limitámos a descrever com alguma brevidade as nossas experiências e as pessoas. O Yang comentou algo acerca de apanhar o Dono do Pedaço a jeito e surpreendê-lo e quando chegámos, começaram os dois com uma conversa parva qualquer que acabou com um beijo na boca e uns apalpanços que deram algum tesão à Yin, que tentou incentivar a coisa ao máximo. Os Sem Preconceitos fartaram-se de rir, lembrando a conversa que tínhamos tido no carro.


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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

swingin' (in the rain) parte 42

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Ligámos a um casal nosso conterrâneo com quem já nos tínhamos cruzado o mês passado num café da cidade. Chamemos-lhe Devassos. São dos poucos que dão a cara nos sites, mas apesar de serem da mesma idade que a Yin, andaram em escolas diferentes e não se lembram de alguma vez se terem cruzado. A conversa fluiu no café e ficámos com muito boa impressão deles. São batidos no meio e movem-se com bastante classe.
Convidámo-los para virem connosco assistir a um concerto ao ar livre no parque da cidade e eles aceitaram. Encontrámo-nos na esplanada do costume, eles trouxeram um dos filhotes, que andou a brincar enquanto nós trocávamos ideias.
O concerto foi muito bom, muito bem disposto, uma banda alentejana com imensa energia contagiante. Letras originais, interventivas, bem-humoradas, muito bom mesmo. Ainda ficámos mais um pouco à conversa na esplanada depois do concerto e ficaríamos a noite toda, não fosse o frio e o puto que já passava a hora de dormir. A conversa flui mesmo com eles, falamos sobre tudo, incluindo comida e chegámos aos doces. Eles falaram-nos em salame de chocolate branco e a ideia agrada-nos por demais e a Yin começa a imaginar as cores do salame invertidas, em que a bolacha é a parte escura e o chocolate a parte clara (o salame deles é com bolacha maria). A ideia fá-la salivar, teria de experimentar. Convidámo-los para jantar no dia seguinte, mas já tinham planos.


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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

L'Agent Provocateur

...viens ici!



"Je vais et je viens
Entre tes reins"


Jane Birkin & Serge Gainsbourg Je t'aime... moi non plus 


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

swingin' (in the rain) parte 41

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O Doce continuava muito metido com ele, estava cansado, tinha-se levantado bastante cedo e já tinha feito noitada no dia anterior. Claramente segue a mesma política do Yang, espera que se metam com ele para dar o troco. A Yin não estava muito para lá virada, e as dores não ajudavam. A Doce foi-se atrevendo, provocando-a a dançar. Ainda lhe deu uma dentada no pescoço ao que ela reagiu com um sorriso tímido, não encorajando, mas também não afastando, escudando-se na sua dor de estômago. O Yang gozava com ela, dizia que andava "com o rabo encostado à parede", a experimentar a situação inversa que aconteceu com a Amélie dos Envergonhados, quando a Yin lhe disse ao ouvido que lhe apetecia beijar-lhe o pescoço e ela respondeu com um sorriso tímido e atrapalhado. Mas ela foi bem menos insistente e atrevida. Pouco depois, os Doces foram embora e nós só ficámos por causa da mousse.
Enquanto não chegava o momento, tivemos oportunidade de assistir à performance dos Embaixadores no sofá, com acrobacias dignas de artistas. A Musa confessou ao Yin que tinha conseguido fazer um 69 invertido, seja lá o que isso for, porque o escuro não dava para ver muito a não ser que ela parecia estar de cabeça para baixo...
Finalmente tinha chegado o momento da mousse. A Yin, que é tão gulosa, apenas a provou, não queria provocar mais o seu estômago. Pediu desculpa à Musa, mas não a lambeu. O Yang ia retirando a mousse com uma colher, para não conspurcar a taça, mas a Musa alambazou-se até ficar saciada de mousse e deu a prová-la a quem quis. Houve um que mergulhou os dedos na taça e enfiou-os de seguida no sexo da sua amante. Pareciam estar bem divertidos, não foi nada que não tivesse passado pela cabeça da Yin, mas não naquele dia, com o estômago a reclamar.
Depois de bem lambuzada, a Musa descansou por fim e ainda sobrou sobremesa. Percebemos assim que a mousse lambida no corpo rende muito mais que servida em taças.


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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

swingin' (in the rain) parte 40

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No dia combinado para comemoração do aniversário da Musa, a Yin não se estava a sentir muito bem com dores de estômago e o Yang anestesiava uma dor de dentes com álcool, mas não queriam faltar. O Yang tinha feito mousse de chocolate, a sua famosa mousse que sabíamos que a Musa estava doidinha por experimentar, mas como o seu Guardião não queria ir lá a casa, resolvemos fazer-lhe uma surpresa e levar a mousse até ela. Para além disso, tínhamos comprado um pingalim para lhe oferecer e a Yin esmerou-se a fazer-lhe um embrulho à altura, como aliás é hábito dela, com fita preta e prateada e papel celofane a condizer. Depois de ela tomar medicação para acalmar o estômago, lá rumámos ao clube.
Chegámos antes dos Embaixadores, combinámos com os Doces encontrar-nos por lá e chegámos ao mesmo tempo. Eles já tinham ido lá parar há algum tempo atrás, mas como não estavam registados, não os tinham deixado entrar. Agora como estavam inscritos no site e avisámos com antecedência, não houve problema.
A festa, tal como a Musa havia pedido, era inspirada no Coyote Bar, pelo que haveria muitos cowboys e cowgirls. Nós levámos apenas um chapéu alusivo ao tema, que fomos dividindo pelos dois. A Yin tinha um cinto entrançado de penas nas pontas e foi perdendo-as ao longo da noite. Começámos a fazer as devidas apresentações, a mostrar-lhes o espaço, enquanto eles nos contavam as suas aventuras por outro clube.
Os embaixadores chegaram algum tempo depois. Estava frio, não convidava a mergulhos, por isso mantivémo-nos no interior. Demos a prenda à aniversariante, que pareceu ter gostado bastante e não se fez rogada em começar a utilizar. Andou a distribuir pingalinadas e deu uma no rabo do porteiro que ressoou nos nossos ouvidos, de tão bem dada que foi.
Fomos para a pista de dança assistir a alguns espetáculos de strip. Primeiro uma cow girl com uma curtíssima mini-saia de pele de vaca malhada que andava a distribuir goles de bebida. Não chegou a despir a saia e tinha uma tanga por baixo. Depois o Dono do Pedaço fez-se ao varão e às duas aniversariantes. tinha um certo arzinho de frete, mas portou-se como um profissional e mostrou tudo o que tinha para mostrar quando tirou as calças coladas com velcro de um só gesto e deixou as meninas tocarem-lhe onde quisessem. Por vezes, consegue ser bastante sensual.


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terça-feira, 1 de outubro de 2013

ao Corpo!

Meu Querido Corpo, 
venho agradecer-te publicamente porque és fantástico e mereces. És capaz de suportar todo o tipo de violências que eu Mente, ou algum outro agente exterior exercemos sobre ti e continuar firme com o teu trabalho. Tens uma capacidade incrível de regeneração. Podem achar que isto não é nada extraordinário, que só estás a cumprir o objetivo para o qual foste evoluindo durante milhões de anos, mas eu cada vez mais me maravilho contigo, ó Corpo!


Nunca me preocupei muito contigo, até porque nunca me deste grandes problemas. Basicamente, sempre fui uma pessoa saudável, por pior que te tratasse, tu sempre respondeste bem. Não és nenhum modelo e tens as tuas falhas, já me chateei e rejeitei-te muitas vezes mas a verdade é que tu me serves perfeitamente, tenho tudo mais ao menos no sítio e do tamanho certo, muito pouco que me queixar e muito a agradecer. Normalmente só nos damos conta das coisas importantes quando nos faltam. Sou uma Pessoa extremamente sortuda e privilegiada por te ter a ti Corpo, com muita Saúde - um enorme tesouro - e estou plenamente consciente disso agora. 

Agora entendo a nossa relação sado-maso. Eu Mente, a Sádica, a que puxa por ti, tortura-te, quer sempre mais. Tu Corpo, o meu fiel Escravo que aguenta quase tudo, quase sem se queixar. Como tua Domina, tenho de perceber quais são os teus limites e respeitá-los. Para o bem e para o mal, somos inseparáveis, "na Saúde e na Doença, na Alegria e na Tristeza, até que a morte nos separe", por isso vamos tentar manter isto num nível de sanidade aceitável, ok? Nada de fanatismos ou obsessões, vamos minimizar a Dor e maximizar o Prazer. Tentar perceber ambos, pois já sabemos como andam sempre de mãos dadas, por isso há que saber doseá-los e no (muito) que depende de nós e mantê-los em níveis equilibrados.

Já paraste de crescer há algum tempo, e embora muito lentamente, estás a envelhecer, o que torna as tuas tarefas cada vez mais difíceis e demoradas. Ainda assim, espanto-me com a tua rapidez de recuperação. Só há pouco me dei conta da importância de te respeitar e manter-te saudável. O que até nem é assim tão difícil, basta compreender-te e para te compreender basta ouvir-te. Tu fazes-te ouvir muito bem, eu é que por vezes faço ouvidos moucos....

Por isso, Corpo, vou esforçar-me a sério para te respeitar e mimar. Tu bem mereces, pelo que tens aturado ao longo de todos estes anos. Vou continuar com o exercício físico regular e cuidar bem da alimentação. Vou meditar mais e stressar-me menos.  É tão simples, se não me deixar vencer pela Preguiça e pelo Comodismo, realmente consigo ver as mudanças e os resultados surgem quando me porto bem. E se bem que demoras algum tempo a reagir a estas coisas, o metabolismo é lento mas convicto, com resultados que se prolongam a longo prazo. Porque eu bem sei que no fundo, o teu bem-estar e o meu são um só. Tu e eu somos um só!

CORPO, és o melhor instrumento que me foi dado, o meu interface com o mundo, expressas, comunicas, executas quase tudo o que eu mando e normalmente, fazes um excelente trabalho.
Quando trabalhamos em conjunto, conseguimos cumprir o lema: "Mens sana in Corpore sano"! 

Agradeço-te Corpo, por todas as experiências que me proporcionas, as boas e as más também, porque acabo sempre por aprender alguma coisa com isso! Juntos, vamos tornar-nos numa Pessoa melhor, mais forte, saudável e com muito mais qualidade de Vida!

Imagem: O Pensador de Auguste Rodin. Foto surripiada daqui.

sábado, 28 de setembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 39

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Fomos jantar a casa dos Doces. Já tínhamos trocado algumas mensagens via skype que davam conta das intenções deles. Nós não estávamos propriamente com vontade de que nos saltassem em cima, mas apreciamos a companhia deles e foi nessa perspetiva que aceitámos o convite. O repasto foi bastante saboroso e agradável, eles foram impecáveis, ele sempre na dele, ela a deixar o álcool desinibi-la.

Não deixa de ser curiosa a a distinção entre assédio e sedução. Cremos que depende exclusivamente de estarmos a gostar ou não. Temos que treinar os nãos, sobretudo quando gostamos das pessoas, mas não queremos nada de sexual. É que dizê-lo a seco não é agradável, nem para quem diz, nem para quem ouve. Normalmente, não é necessário dizê-lo declaradamente, porque dá para entender a falta de receptividade, mas nem sempre.

Neste caso, o Yang recorreu a outra estratégia. O Duque ligou para combinar pescaria noturna e o Yang convidou-o para aparecer por lá, uma vez que ficava em caminho. Ele apareceu com a Duquesa e ainda ficámos um bom tempo à conversa os seis.
Os Doces tomaram banho um de cada vez, aperaltando-se para sair. A Doce estava a demorar imenso tempo e o Doce pediu à Yin para ir lá ver se estava tudo bem. a Yin foi, chamou por ela, que respondeu a dizer que sim, que estava ok. desta vez não lhe pediu para lavar as costas, como fez no Skype. Pessoalmente, é bastante mais tímida, mesmo com uns copos a mais. O Yang tinha-lhe pedido para mostrar as mamas e ela apenas levantou um pouco a blusa.

Como demorámos tanto tempo na conversa, acabou para ficar tarde para sairmos e estava na hora do Yang e o Duque apanharem a maré, ou neste caso, uma barrigada conversa e de frio. A Yin e a Duquesa ficaram em casa, a dormir no quentinho. O Yang chegou gelado e soube-lhe muito bem aconchegar-se no corpo quente da Yin.


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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

sexo ou consultoria de imagem?



«Quinta à noite, lua cheia, filminho do Thiago Lacerda na Record... de repente começa a bater aquela vontade louca de fazer besteira e o seu namorado não tá ali pra te socorrer. Nessas horas, o jeito é usar a criatividade e fantasiar. E quando eu digo "fantasiar", por favor, não inventa moda.

Com vocês, mais um vídeo original do Porta dos Fundos: "Sexo Por Telefone"...»

terça-feira, 24 de setembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 38

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A festa noturna era Branca, pelo que nos vestimos dessa cor, da cabeça aos pés. O Yang com camisa e calças leves e soltas, a Yin com um top de alças bordado oferecido pela Duquesa, cuequinha de renda branca comprada na feira, calça branca justa, sapatinho e malinha a condizer. Ainda tivemos de esperar bastante pela chegada do aniversariante e dos Embaixadores, enquanto isso fomos tomando banho e tentando fugir das melgas. A Yin levou Fenistil, mas realmente o que dava jeito ali prevenir as picadas com umas tochas de citronela. E já agora, mais espreguiçadeiras e uns colchões. E alguém a fazer boas massagens, isso é que era!

Finalmente o aniversariante chegou, o Yang deu por isso e foi cumprimentá-lo, mas ele desapareceu lá para dentro com o bolo. Passado algum tempo, veio ter connosco, com a sua respetiva e mais dois casais amigos, ficaram pela beira da piscina, conversa agradável, bom humor, soube bem revê-los, apesar de acharmos a O muito cansada e abatida, já vem a ser hábito e lamentamos bastante. Chegaram os Embaixadores, sempre bem dispostos. O Guardião por diversas vezes elogiou a Yin em altos berros "estás mesmo boa!". Não é que ela não aprecie a sua franca expressividade, mas achou que era um bocado escusado gritar tão alto, até porque mesmo com a música em altos berros, seria preferível dizer-lhe ao ouvido.

Cantámos os parabéns e comemos o bolo enquanto éramos comidos pelas melgas. Ainda assim, nós até escapámos, a Yin passou a noite a emprestar Fenistil. Disse que para a próxima iria começar a cobrar. Em favores sexuais, talvez...

O pessoal parecia estar mole, demasiado mole para fazer sexo, demasiado calor nos quartos, nem sequer a borda da piscina parecia estimular alguém.
A Yin ainda abocanhou o Yang até ficar completamente dormente da posição, mas soube-nos bem. A temperatura começou a descer um pouco e decidimos ir espreitar a sala sado-maso e não para nosso espanto, mas para nosso contentamento, estava vazia. Ajustámos a luz para o mínimo e entrámos na jaula para dar largas ao desejo. Íamos nós já bem lançados, quando a Yin começou a desenrolar o preservativo no membro do Yang e algo estranho aconteceu. What the fuck?!?! Às escuras, não dava para perceber por que raio estava ela a estranhar um preservativo. "Ahahaaha! Isto é mais estúpido que os tampões com aplicador!", pensou ela. Só depois de se abrir a luz percebemos. Como explicar, aquilo tinha uma espécie de aplicador, supostamente para tonar a colocação mais fácil, mas é uma tira lubrificada que se cola aos dedos, uma coisa um bocado parva, mas enfim, depois de perceber, tira-se e continua-se e a partir daí a coisa correu sem problemas. Foi interessante foder na jaula, mas com o barulho do som da pista mesmo ali ao lado, não dá para ouvir os sons do amorrrr...

A noite continuava espetacular, quente e estrelada, a Yin convidou e insistiu para que fossemos todos ao banho e conseguiu convencer o A e um dos casais que estava com ele. Mas o banho do A não durou muito tempo, para desilusão dela, porque a O não o acompanhou. Nadar como se vem ao mundo, a ver as estrelas... é uma experiência que nunca se tinha proporcionado e que queremos repetir em noites quentes como aquela.


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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 37

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Tínhamos criado o ritual de ir uma vez por mês ao clube, mas quebrámos a regra no primeiro mês de Verão. Basicamente, nenhuma das festas temáticas nos convenceu nem conseguimos convencer mais ninguém a vir connosco, pelo que achámos que não valeria a pena. Os Embaixadores é que estão lá sempre, o que nos preocupa um pouco, achamos que estão viciados. Mas gostámos de saber que já diversificaram a sua dieta, e para além de casais, já estiveram com uma ex-namorada do Guardião e numa ou outra ocasião, com outro homem. Agora só falta o Guardião deixar a sua Musa usar o presente que lhe demos...

Voltaríamos duas vezes no mesmo mês, por ocasião de dois aniversários, primeiro do A e depois da Musa. Depois do que se passou, ficámos agradavelmente surpreendidos quando ele nos convidou para a festa e nos disse que seria no nosso antro de perdição favorito. Estava um calor insuportável, daqueles que só apetece despir a pele, e fomos novamente ao final da tarde, com a certeza de que o tempo estaria muito mais convidativo a um mergulho na piscina do que da última vez. Aliás, não pensávamos noutra coisa durante o caminho, chegámos lá acima com o termómetro do carro a marcar 49,5º. A piscina já estava composta, corpos bonitos, muito topless. O Yang bem que chateou a Yin para fazer o mesmo, mas apesar de ela ter ido com um simples vestidinho de verão curto e decotado, não deixou de ir à casa de banho vestir o bikini antes de se render à piscina. A sensação de frescura oferecida pela água nos nossos corpos literalmente escaldantes é indescritível. Nadámos, mergulhámos, apaziguámos o calor. Pouco depois, uma mulher fez aquilo que a Yin queria ter feito mas não teve coragem: despiu o vestido e mergulhou. Até que ela começou a achar ridículo estar a secar ao sol com o bikini molhado e despiu-se, ainda a tempo de atazanar o Yang, que continuava com os calções. Entretanto, lá se convenceu a despir. Não há dúvida que sem roupa é muito melhor!
A outra mulher saída da casca também por lá estava com o marido. A Yin gostou do corpo dele, achou as mamas da mulher descomunais, espalhafatosas, em sintonia com a personalidade dela.
Pouco depois, o marido dela entrou de serviço voluntário ao churrasco e o pessoal começou a dar ao dente e a atacar a sangria. Eram oito, nove da noite e o calor continuava insuportável, só se estava bem dentro de água. Depois de comer, hesitámos em ir à água, mas acabámos por ceder, estava toda a gente dentro de água, e a diferença de temperatura entre os nossos corpos e a imensidão de líquido clorificado não era significativa, de modo que dificilmente pararíamos de fazer a digestão por imergir naquelas águas. E realmente ninguém se sentiu mal, muito pelo contrário.
Já tínhamos sido informados das limitações do sexo na piscina. O homem do outro casal mergulhou depois de ter grelhado a carne, imaginamos que aquilo lhe deve ter sabido mesmo bem e a seguir ainda melhor, quando a sua esposa decidiu mergulhar e dar-lhe prazer com a boca. O Yang pergunta à Yin "quanto tempo aguentas?" Mas ela não está claramente numa de competição e responde "3 segundos". Experimentámos fazer algumas brincadeiras que a água facilita e beijámo-nos debaixo de água. A Yin queixava-se que não via nada, a água não estava realmente límpida, é uma piscina de campo, tem alguns insectos e outras coisas vegetais a boiar, mas parece-nos perfeitamente utilizável. E continuamos a utilizá-la até anoitecer, altura em que decidimos tomar duche e mudar de roupa.


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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

swingin' (in the rain) parte 36

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Fomos conhecer o outro casal "Sem Preconceitos" numa gelataria perto da praia. Mais uma vez, não fazíamos ideia de como seriam, tínhamos apenas a referência não muito abonatória de outro casal, mas ainda assim, fomos. São pessoas bastante simples, sem grande formação académica, mas com quem mantivemos conversa noite dentro.

Isso de se auto-intitularem sem preconceitos deixa a Yin de pé atrás. Mas resolveu dar-lhes o benefício da dúvida e esperar para ver. Acabaram por surpreender pela positiva. Claro que quando a expetativa não é muito alta, é mais fácil isso acontecer. Um pouco reservados de início, mas depois com o desenrolar da conversa foram-se abrindo e falaram de tudo, realmente sem preconceitos. A conversa rolou de tal forma que quando a outra mulher disse que tinham de ir andando, a Yin olhou para o relógio e pareceu-lhe ser 11 da noite, mas quando chegou a casa, reparou que já passava das 3 da manhã...

Estivemos com eles outra vez à beira-mar com a filha e uma amiga, num agradável passeio de fim-de-tarde. O Yang esforçou-se por os convencer dos benefícios do nudismo, ao que eles não disseram que não, mas para o fazerem com a filha, teria de ser com muito cuidado, teriam de a educar para isso, só os três. Aguardamos que um dia destes queiram vir connosco pôr o rabo ao léu.

Quanto ao casal dos Doces, também os voltámos a encontrar, desta vez com a filha adolescente, numa feira da região. A Yin divertiu-se com ela nos carrosséis, a mãe é que ficou um bocado mal disposta de tanto andar à roda. Não deu para conversar grande coisa, mas não deixou de ser um serão bem passado.


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sábado, 14 de setembro de 2013

a Odisseia do último Concerto




Terminaste o último concerto da digressão, um arraso, banda e público sintonizados, numa massa sonora fluida, electrizante, que te deixou com a adrenalina toda a galopar descontrolada pelo corpo, cheio de energia e claro, a libido à flor da pele. No meio da multidão, montes de miúdas giras todas oferecidas, falas com algumas que vêm ter contigo, simpáticas e atrevidas, elogiam-te, gritam com o corpo “fode-me!” e tu pensas: “Penélope...”. Que bem que te sabia a pele dela agora, o sorriso, o abraço, a boca, enfim, toda. Ela não te pode acompanhar desta vez, tens de te portar bem. Mas elas bem que te tentam! Os sorrisos, os decotes, as mini-saias, meu Deus, as mini-saias… Dás os autógrafos, despachas as miúdas. Elas são bastante insistentes, o resto do pessoal baza, tu que vás lá ter. O último concerto… e estás apenas a algumas horas de distância dela…

Os teus pensamentos são interrompidos pelo som da aceleração de uma potente moto. Estás deitado no palco exterior e levantas-te a tempo de a ver ser travada com estrondo. 




A moto dos teus sonhos… Quem a conduz é um corpo esguio, vestido de cabedal preto dos pés ao pescoço, com botas de saltos altos do mesmo material. Tira o capacete, mas tem uma máscara de látex tipo Cat Woman sem orelhas, toda a indumentária está concebida para revelar as formas sem mostrar o conteúdo. Mas se não é uma mulher, engana bem e desperta em ti pensamentos luxuriantes. Dirige-se devagar em passos decididos para ti e sorri uns lábios rubros. Intriga-te, esta mulher entesoa-te o cérebro e desconcerta-te.

A próxima vez que abrir os lábios, será para sorver a tua língua, a boca inteira, e beijar-te com uma paixão que nunca antes tinhas sentido. Sabe a fruta. Apanhou-te desprevenido, colou o seu corpo ao teu, tirou-te o fôlego, intumesceu-te o sexo, fez-te tremer as pernas. Há quanto tempo não sentias isto? Mas que loucura é esta?

“Penélope…” o pensamento atinge-te como um raio e torna-se sonoro: tens de parar com isto.

Tens mesmo?...

“Xiu…” sussurra ela de dedo em riste a tocar nos lábios que leva depois aos teus. Ela tem luvas pretas sem dedos, que terminam em belas unhas da cor dos lábios. Não resistes e chupas-lhe o dedo. Tens esta vontade irresistível de lhe chupar os dedos todos, sorvê-la toda.

Para lá do cheiro do cabedal, sentes um leve aroma que não consegues identificar mas que te é extremamente familiar. Tentas inquirir-lhe os olhos, mas percebes que tem lentes coloridas.

Quem é esta misteriosa mulher que te tira do sério? Quem é que ela pensa que é para te deixar assim? Queres saber, claro, e esse desejo sobrepõe-se por momentos ao de a possuir.

“Quem és?”, perguntas. Ela apenas sorri e começa a abrir lentamente o fecho do fato colado ao corpo, revelando a pele branca… o rego das mamas… ui, o umbigo… ai, a fenda do sexo…

Deixa-te doido, completamente doido, latejante, com muito pouco sangue no cérebro. Agora há apenas um pensamento latente na tua mente: fodê-la. Fodê-la de todas as formas que conseguires. Mas logo a seguir, há uma campainha que ressoa: “Penélope… nem sequer tenho preservativos...”
“Mas quem és tu, tenho de saber!” gritas e abana-la com força, prestes a tirar-lhe a máscara de forma violenta se ela não o fizer.
Mas ela fá-lo. Não sem antes seres atingido pelo raio do discernimento e perguntares: “Penélope?”
Ela sorri. Como foi que não percebeste logo no primeiro sorriso? “Penélope!...” Apetece-te bater-lhe pela figura de parvo que fizeste mas conténs-te e ainda acrescentas, com a maior das inocências: “Desde quando é que tu sabes conduzir motas!?”
Ela ri: “Ainda há coisas sobre mim que tu não sabes, Ulisses. Tenho de conseguir surpreender-te de vez em quando. Se soubesses tudo deixaria de ter piada, não achas?” E continua a rir às gargalhadas, perante a tua perplexidade, até te desmanchares a rir também.
“Achas que foi o destino que nos juntou?” – pergunta ela.
“Não tenho dúvidas”.
“E achas que também estava escrito que me reconhecerias?” Ela de vez em quando faz com cada pergunta, não é?
“Isso agora… sei que tive de me conter bastante para não te saltar logo em cima, lá isso tive!”
“E que tal saltares agora?”
Depois de recuperares da surpresa, fazes o que continua a apetecer-te fazer, até com mais vontade agora, fodes e deixas-te foder por ela, de todas as formas que vos apetecer. E há qualquer coisa de diferente, como se estivessem redescobrir-se, a reconquistar-se. E quando passadas umas horas estão os dois satisfeitos, deitados de costas a olhar para o céu, perguntas-lhe: “Onde foste desencantar a moto?” E ela diz-te: “A moto é tua, feliz aniversário!”
Deixa-te conduzir o brinquedo novo e partem os dois, em direcção ao sol nascente.


Imagem: uma montagem manhosa que fiz com isto (gracias Ulisses!) e isto. Aproveito também para agradecer as sugestões musicais ;)

Este texto é a resposta a um desafio proposto pelo Ulisses aqui. Se quiseres participar, ainda vais a tempo, o prazo termina amanhã dia 15. A votação poderá ser efetuada até ao final do mês. Passa por lá e participa!

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